Teste genético indica predisposição para desenvolvimento de doenças, eficácia de uso de medicamentos e cuidados no envelhecimento
Pelo fato de cada ser humano ser único, já que os pontos específicos de material genético presentes em cada pessoa armazenam dados únicos sobre o indivíduo. Isso inclui o modo como funciona seu organismo e em características de seu corpo, tais como: cor dos cabelos e da pele, tendência à calvície e à obesidade e, também, as chances de desenvolver doenças como câncer e diabetes.
Teste genético – como funciona
Com o avanço e desenvolvimento de novas tecnologias e do conhecimento científico, hoje já é possível fazer um mapeamento de todas essas características genéticas individuais e ter acesso a um grande dossiê sobre como um metabolismo específico funciona. Neste caso, com a popularização do teste genético, as pessoas podem fazer melhores escolhas comportamentais em saúde e bem-estar, inclusive adotando certos cuidados preventivos, a partir de seus resultados.
Testes genéticos preditivos
Os testes genéticos preditivos, ou seja, aqueles que analisam ancestralidade, saúde e bem-estar para uso pessoal e que são oferecidos diretamente ao consumidor, não precisam de indicação médica. É o que revela Ricardo Di Lazzaro, médico especialista em genética e cofundador da Genera, laboratório que trouxe essa tecnologia para o Brasil em 2010. A pessoa adquire o teste pelo site da empresa e recebe em casa o kit para fazer a coleta do DNA a partir da saliva, de forma simples e indolor.
“O material chega com todas as instruções, de maneira didática. É preciso apenas passar o swab, material parecido com aquele usado em exames para detectar Covid-19, na parte interna das bochechas e colocá-lo no envelope de devolução, que retornará para o laboratório. Em cerca de 45 dias, o cliente já recebe todos os resultados de forma online.”
Não se trata de diagnóstico
Por outro lado, Di Lazzaro explica que tais resultados não são diagnósticos. Porém, possibilitam que as pessoas cuidem melhor de sua saúde e que possam, por meio de ajuda médica, prevenir futuros problemas:
“Fizemos uma pesquisa que mostra que 70% das pessoas que realizaram o teste o utilizaram para melhorar sua saúde; 50% levaram os resultados para fazer acompanhamento com um profissional de saúde e quase 80% mudaram os hábitos para ter uma vida mais saudável”, afirma.
Contudo, a recomendação é que os resultados sejam avaliados junto a um médico para melhor acompanhamento e compreensão.
O que o mapeamento genético pode revelar sobre saúde?
O teste da Genera mapeia mais de 20 doenças diferentes, sempre embasado em literatura e pesquisas científicas. Alguns marcadores raros de doenças genéticas, como trombofilia e hemocromatose, são contemplados nos resultados, bem como doença celíaca, diabetes tipo 2, doença de Crohn, doença inflamatória intestinal e alguns tipos de câncer.
Além disso, o mapeamento indica ainda o perfil genético em relação à metabolização de alguns fármacos. Isto é, avalia se um medicamento possui risco de causar algum efeito colateral e, até mesmo, se pode ser eficaz ou não quando utilizado como tratamento.
Segundo Andressa Lohana de Almeida, médica pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e residente em genética médica pela Universidade de São Paulo (USP), os testes genéticos também podem ser bons aliados nos consultórios.
“Eles nos ajudam a esclarecer causas de condições que levam, por exemplo, a malformações congênitas, déficit intelectual, erros inatos do metabolismo e infertilidade. Dependendo do resultado, o médico pode solicitar testes subsequentes, como exames de imagem ou bioquímicos, e encaminhar para outros profissionais, quando necessário”, diz.
A médica revela também que, dependendo da condição identificada, como a intolerância à lactose, é possível evitar os sintomas da condição. No caso de uma doença cardíaca, por exemplo, além de orientar mudanças no estilo de vida, é possível tentar controlar outras comorbidades que possam já estar presentes, para evitar que o quadro se desenvolva.
“E, em outras situações, como síndromes genéticas de predisposição ao câncer, é possível aplicar o rastreio para identificar e tratar a doença em sua fase inicial. Ainda há a possibilidade, mais rara, de oferecer ao paciente a cirurgia redutora de risco – o exemplo mais famoso é a retirada das mamas antes do desenvolvimento do câncer, quando se identifica um risco genético aumentado para esse tipo de tumor, como realizado pela atriz Angelina Jolie – e, com isso, temos uma forma de evitar que a doença acometa um determinado local.”
Resultado em mãos e agora?
Entretanto, Andressa reforça que aos receber o resultado de seu teste genético, procure um médico geneticista que saiba explicar corretamente o que diz cada indicador e recomendar as melhores formas de utilizar este mapeamento a favor de sua saúde.
Di Lazzaro também ressalta que o mais importante é que as pessoas façam uso desses resultados principalmente para ter mais qualidade de vida, e não apenas os guardem na gaveta.
“Disponibilizamos até uma assessoria especializada para quem quiser tirar dúvidas, para que o teste tenha mesmo um impacto positivo na vida das pessoas.”
Painel de resultados
O painel de resultados do teste aponta também questões relacionadas à saúde do idoso, para que as pessoas possam envelhecer melhor.
“Aqui, nós comentamos, por exemplo, sobre o tremor essencial que não é propriamente Parkinson, mas que acomete muitas pessoas idosas, a deficiência de algumas vitaminas e até a densidade óssea, que são aspectos bem importantes do cuidado no envelhecimento. Tudo isso está contemplado no teste.”
Além dos dados específicos sobre predisposição de doenças, a Genera oferece resultados associados a atividades físicas, bem-estar e nutrição – que compõem muito do cuidado em saúde –, comportamento e ancestralidade, oferecendo um mapa de linhagem completo e a busca de parentes, quando possível.
Para mais informações além de verificar qual o melhor teste genético para você, acesse o site oficial da Genera.
*Foto: Reprodução