Covid longa no sono se refere a mexer com a pessoa na hora de dormir de pacientes já recuperados
Nesta semana passada, completou dois anos do decreto de estado de pandemia de Covid-19 por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desde então a ciência busca entender a relação entre esta infecção por coronavírus e o sono. Trata-se dos efeitos da Covid longa. Ou seja, os efeitos a longo prazo da doença. E ela também pode interferir na hora do sono de pacientes já recuperados.
Covid longa no sono
A Covid longa no sono diz respeito à imunidade de uma pessoa de como é sua relação direta com seu momento de dormir.
Isso ocorre porque, quando a pessoa vai dormir, ela produz anticorpos e citocinas. Estas são essenciais na proteção contra invasores perigosos, como vírus e bactérias.
Além disso, durante o sono profundo, com a desaceleração da atividade cerebral, o sistema imunológico ganha tempo para se recuperar de estresses passados.
Em contrapartida, quando a pessoa não dorme, seu sistema imunológico não passa por esse “recarregamento”. E é por isso que o indivíduo fica mais propenso a infecções. É o mesmo motivo pelo qual dormir antes e depois de tomar uma vacina é tão importante.
O que é Covid longa?
A maioria das pessoas infectadas pelo coronavírus fica totalmente curada após alguns dias ou semanas de doença. Ou seja, quando o vírus abandona o organismo e o paciente está restabelecido.
Entretanto, outras pessoas continuam a ter sintomas mesmo após livres da infecção. Tais sintomas não necessariamente são os mesmos enfrentados durante o processo da doença. Mas podem surgir até mesmo com pessoas antes assintomáticas.
Está e a melhor definição de Covid longa: a permanência dos sintomas e até mesmo a aparição de novos por um período de tempo mesmo após o fim do período infeccioso.
Já o tempo de que esses sintomas ficam no corpo ainda é desconhecido.
Número de afetados
Por outro lado, o número de afetados pelos efeitos da covid a longo prazo varia bastante entre diferentes estimativas. Segundo a Faculdade de Medicina da Penn State (EUA), essas pessoas podem representar mais de 50% dos infectados, o que resulta em mais de 100 milhões de pessoas ao redor do mundo.
Segundo a NHS, o sistema nacional de saúde britânico, os sintomas mais comuns da Covid longa são:
- Fadiga
- Dificuldades de respiração
- Dor ou aperto no peito
- Dificuldades de memória e concentração
- Insônia
- Palpitações
- Tonturas
- Sensação de “agulhadas”
- Dores nas juntas
- Depressão
- Ansiedade
- Dores de cabeça
- Dores de estômago, perda de apetite e/ou diarreia
- Tosse
- Dores de ouvido
- Dores de garganta
- Alterações nos sentidos do olfato e paladar
- Febres, mudanças repentinas de humor e alterações no ciclo menstrual também já foram sintomas observados em pacientes.
Relação do coronavírus com o sono
A insônia é um dos sintomas mais comuns da Covid Longa. Portanto, a ciência quer ir além para entender um pouco essa condição.
Em maio de 2021, um dos primeiros estudos sobre o tema foi publicado. E o resultado foi alarmante: proporcionalmente, mais pessoas com Covid a longo prazo têm insônia do que aqueles que nunca foram infectados. No caso dos infectados, eles podem apresentar uma insônia mais severa.
Sendo assim, além da dificuldade para pegar no sono, a qualidade da hora de dormir também é prejudicada. Três a cada quatro pacientes que participaram de uma pesquisa tiveram uma piora na percepção do próprio sono, alterações na latência do sono e prejuízos à vida diária por conta disso.
Os estudiosos acreditam que podem ocorrer problemas para dormir por diferentes motivos, tais como:
- Uma resposta aos sintomas físicos da Covid longa;
- Consequências do agravamento da saúde emocional e da saúde mental devido à infecção (a depressão e a ansiedade, por exemplo, são comumente associadas à insônia); e
- Efeitos da inflamação residual no corpo.
Conclusão sobre a Covid longa no sono
Por fim, todas essas hipóteses possuem algo em comum: as consequências dessa infecção por coronavírus possuem um efeito secundário. Ou seja, neste caso, os problemas para dormir durante o período de enfrentamento da Covid e da Covid longa.
Portanto, melhor é não contrair o vírus. Vacine-se, tome a terceira ou quarta dose da vacina. Evite aglomerações e continue usando máscaras de qualidade.
*Foto: Unsplash