Composição corporal de idosos com Alzheimer terá estudo que avalia influência da densidade óssea, gordura visceral e massa muscular em paciente com a doença no Brasil
Uma pesquisa de pós-doutorado, desenvolvida no Laboratório de Análise da Função Articular (LaFar) do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), tem como objetivo analisar a composição corporal de idosos com doença Alzheimer, isso inclui: densidade mineral óssea, massa muscular e gordura. Além disso, o estudo convida voluntários que tenham doença de Alzheimer para avaliação gratuita no LaFar. A pesquisa é feita por Natália Oiring de Castro Cezar, docente do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar, e tem a participação de docentes do DGero e do DFisio e de alunos dos cursos de Fisioterapia e Gerontologia da Instituição.
Composição corporal de idosos com Alzheimer
A doença de Alzheimer é uma demência, que pode ser definida como uma doença degenerativa. Ou seja, é um processo progressivo de perda das funções cerebrais, como memória, linguagem, atenção, capacidade de planejamento e alterações comportamentais. Tal síndrome representa um declínio do estado geral de uma pessoa e isso influencia seu desempenho nas atividades de vida diária, como: autocuidado, continência, transferências e alimentação. Segundo a pesquisadora da UFSCar, a estimativa é que, no Brasil, existam 1,2 milhão casos de DA. No mundo, quase 35,6 milhões de pessoas diagnosticadas com Alzheimer.
Estudos recentes
Contudo, de acordo com Oiring, estudos mais recentes sobre o tema apontam uma correlação entre o desenvolvimento do Alzheimer, o acúmulo de gordura visceral e a osteosarcopenia – junção de osteoporose (baixa densidade mineral óssea) e sarcopenia (perda de massa muscular devido ao envelhecimento).
“Isso indica que idosos com pior qualidade do osso, menos músculo e acúmulo de gordura na região dos órgãos parecem ser mais propensos à doença de Alzheimer ou à piora dela.”
E também ressaltou:
“Meu estudo pretende reforçar essa relação e constatar este fato no Brasil, visto que todos os demais estudos são da América do Norte e Europa.”
Fator de risco
Em contrapartida, a professora pondera que a presença desses três componentes – baixa densidade mineral óssea, gordura visceral e perda de massa muscular do corpo – é fator de risco e não a causa da DA.
“Logo, a preservação destas variáveis apenas diminuem a probabilidade, além da possível melhora do curso clínico da doença uma vez já instalada.”
Mais idosos com osteosarcopenia e acúmulo de gordura
Todavia, Piting disse ainda que esperam encontrar mais idosos com osteosarcopenia e acúmulo de gordura nos grupos com doença de Alzheimer, quando comparado com os idosos preservados cognitivamente:
“Essa piora vai ser mais intensa conforme a gravidade da doença de Alzheimer. Essas reduções não estão apenas relacionadas com nível de atividade física diminuída nessa população, mas sim à fisiopatologia da doença de Alzheimer.”
Além disso, a pesquisadora explica que as informações encontradas no estudo serão capazes de subsidiar essa relação incerta atualmente entre a doença de Alzheimer, acúmulo de gordura visceral e sarcopenia.
“É esperado que esse estudo contribua com a prática clínica dos profissionais de saúde e na elaboração de intervenções e medidas preventivas apropriadas, além da clareza da importância de avaliação de sarcopenia, densidade mineral óssea e de acúmulo de gordura.”
Voluntários
O estudo já avaliou idosos preservados cognitivamente (sem a demência) e, na etapa atual, está recrutando e avaliando voluntários, homens ou mulheres, com 65 anos ou mais, que tenham doença de Alzheimer, leve ou moderada.
Testes
Por fim, os participantes passarão por testes clínicos, cognitivos, avaliação física e de composição corporal, que serão feitos em visita única ao LaFar da UFSCar, com duração média de uma hora. Vale lembrar que os participantes precisam estar em jejum de quatro horas e não podem ter implantes metálicos e outras doenças neurológicas, além da doença de Alzheimer.
Serviço
Pessoas interessadas em participar do estudo devem entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo celular (16) 99623-6507 e fazer o agendamento com Eduarda Senni, estudante de Gerontologia que integra a equipe de pesquisa.
*Foto: Reprodução