Hipnoterapia pode ajudar pacientes com diversos tipos de problemas comuns
Com maior destaque na mídia, especialmente nos últimos dois anos de pandemia, a hipnoterapia pode ajudar pacientes com diversos tipos de problemas comuns. No entanto, a técnica ligada à mente humana, vem sendo estudada há mais de 100 anos.
O que é hipnoterapia?
A hipnoterapia (ou hipnose clínica) é o uso clínico da hipnose. Ou seja, a aplicação da hipnose por um profissional de saúde em seu contexto de atendimento. Ela é usada para induzir o paciente a um estado especial de consciência (ou transe hipnótico), que envolve atenção concentrada e consciência periférica reduzida, caracterizado por uma maior capacidade de resposta à sugestão.
Além disso, este estado de transe hipnótico, ou também denominado como “transe” é similar a estar completamente absorvido em um livro, filme, música ou até mesmo nos próprios pensamentos ou meditações.
Sendo assim, os pacientes podem focar sua atenção completamente para dentro de si. O objetivo é usar todos seus recursos internos para ajudá-los a fazer mudanças nas sensações, percepções, pensamentos ou comportamento (orientado a um objetivo).
Quando se consegue atingir este estado, consegue-se também elevar consideravelmente o engajamento do cliente no tratamento, além de ter outros benefícios comuns em diferentes aplicações.
Benefícios
Vale destacar que a técnica gera maior controle sobre comportamentos indesejados e outras condições. Isso inclui:
Controle da dor: A hipnose pode ajudar com a dor devido a queimaduras, câncer, parto, síndrome do intestino irritável, fibromialgia, problemas da articulação, procedimentos odontológicos e dores de cabeça.
Mudança de comportamento: A hipnose tem sido usada com algum sucesso no tratamento de insônia, xixi na cama, fumo e comida em excesso.
Condições de saúde mental: A hipnose pode ajudar a tratar os sintomas de ansiedade, fobias e estresse pós-traumático.
Hipnoterapia cognitiva
Por outro lado, a hipnoterapia cognitiva, desenvolvida recentemente, é uma técnica coadjuvante em psicoterapia que associa aspectos da hipnose clínica e da abordagem cognitivo comportamental para o tratamento das psicopatologias. Além disso, o TCC e a Hipnoterapia são ferramentas que quando utilizadas juntas potencializa sua eficácia.
Ela abrange a mente inconsciente, consciente e subconsciente, explica a Hipnoterapeuta, mestre em Psicologia, Luciane Sperafico, ao portal Dourados News.
Por fim, confira o que cada uma delas faz de fato.
Mente inconsciente
É instintiva e tem a finalidade de regular a fisiologia para a manutenção da sobrevivência das pessoas. Também controla o sistema nervoso autônomo e o sistema imunológico. Além de ser responsável pelas reações automáticas de defesa, como a descarga de adrenalina para reagir a ameaças.
Mente consciente
Está associada à região do córtex pré-frontal, que rege os pensamentos e a consciência; e possui quatro estruturas de funcionamento. Uma dessas estruturas é a memória funcional (de curto prazo), que tem espaço limitado e, por isso, armazena só aquilo que é mais importante e precisa ser lembrado sem esforço.
A outra é a analítica, responsável pela tomada de decisões, desde as coisas mais simples, como a escolha da roupa, até as mais complexas, como qual profissão seguir. Em suma, acessa informações do passado e sempre opta por aquilo que é mais próximo ao já conhecido.
No caso da mente consciente racional, a principal função é criar justificativas, motivos e desculpas para determinadas ações, o que nem sempre é racional.
Já a força de vontade é um recurso que mantém as pessoas firmes em seus objetivos. No entanto, por ser finita e quando mudanças estão ligadas a programações mentais muito profundas, não se sustenta por muito tempo. Por isso, é tão difícil se ‘livrar’ de velhos hábitos.
Mente subconsciente
É neste estado que vive a pessoa real e toda sua essência. É onde ocorre a hipnose. Essa é a mente que sente e funciona como um computador que vem zerado, sem nenhum programa instalado, quando o indivíduo nasce.
Mas, com o passar dos anos, as experiências de vida se transformam em programações mentais que dirigem o comportamento de cada um. Sendo assim, nem sempre os seres humanos operam suas vidas como gostariam, e está atrelada ao fato de que alguns desses programas instalados não são os ideais.
Conclusão
Tanto a hipnose clínica quanto a cognitiva são reconhecidas. Mas, é preciso que o profissional saiba utilizá-las de acordo com o que o paciente necessita no momento em que procura seus serviços.
*Foto: Reprodução