Riscos dos tratamentos estéticos podem ocasionar desde inchaços na região até possíveis tromboses
Quando a pessoa procura por procedimentos estéticos não quer que o pior aconteça durante a intervenção. Portanto, é preciso estar atenta para os riscos dos procedimentos. Eles devem ser avaliados antes de tomar uma decisão tão importante.
Riscos dos tratamentos estéticos
Um caso de procedimento mal sucedido ocorreu com a ex-modelo canadense Linda Evangelista. No caso, ela passou por duas sessões de criolipólise (técnica invasiva que destrói as células de gordura a partir do resfriamento) e apenas após a intervenção que Linda foi avisada que poderia haver reações, mesmo que raras.
Entretanto, ela teve reação. Uma rede social publicou que a ex-modelo desenvolveu hiperplasia adiposa paradoxal (HAP). Tal condição afetou o resultado do procedimento, além de aumentar a camada de gordura que ela desejava diminuir.
De acordo com o dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, Newton Morais, o problema acontece quando as células de gordura, que deveriam ser destruídas pela técnica, aumentam de tamanho e apresentam uma consistência diferente. E para corrigir esta deformação, apenas com “lipoaspiração”, afirma.
Intervenção hoje é mais segura
Por outro lado, o especialista diz que hoje a técnica é mais segura. Mas no passado, poderia haver sequelas que ocorriam frequentemente por conta de aparelhos antigos. Entre os efeitos comuns ao procedimento estão: pequenos hematomas no local, dor tardia (após o quinto dia) e inchaço na região. Para reduzir o risco de intercorrências, é preciso procurar clínicas ou consultórios dermatológicos com o registro para este método.
No caso de Linda Evangelista, ela declarou que o procedimento a deixou “permanentemente deformada” e “irreconhecível”. Sendo assim, ela entrou com um processo contra a clínica por negligência, propaganda enganosa e por não ter sido avisada dos possíveis efeitos prejudiciais.
Como se atentar aos riscos?
Faça um check list do que deve perguntar aos profissionais, como quais são os efeitos colaterais que podem surgir; quais são os riscos, mesmo que raros; e se a técnica é indicada para o sei perfil.
Um exemplo disso é a lipoaspiração. É o que explica o cirurgião plástico e especialista em cirurgia geral do Hospital das Clínicas (USP), Marcelo Sampaio. Ele alerta que este procedimento não é recomendado a pacientes com obesidade. Isso porque as pessoas confundem a técnica como sendo sua finalidade a de emagrecer.
“A técnica é indicada para remover a gordura localizada. As pessoas confundem e acham que é para emagrecer.”
Ele diz ainda que a intervenção contém riscos de uma cirurgia comum e por isso deve ser realizada em ambiente hospitalar. Entre os efeitos mais frequentes, estão: trombose, alergias, sangramentos e infecções. Além disso, o médico só pode retirar até 7% do peso de gordura do paciente e 25% da superfície corporal.
Já em relação ao pós-operatório, Sampaio diz que a pessoa deve evitar sol e esforço físico, para minimizar risco de sofrer com manchas e edemas na pele.
Exames
Os médicos devem, primeiramente, se certificar que os pacientes estão em condições adequadas.
Portanto, exames devem ser solicitados, como os de sangue e do coração, além de uma investigação do histórico de saúde. Mas Sampaio diz também que os pacientes que tiveram Covid-19 possuem um status de coagulação sanguínea diferente. E com o exame é possível evitar o risco de tromboses.
Quem são os médicos?
Outro fato importantíssimo antes de optar por um procedimento estético é saber quem é o médico que fará a intervenção. Verifique se ele está capacitado e segue todos os protocolos exigidos pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Isso inclui: conferir as credenciais do especialista nos órgãos oficiais, como a própria sociedade e o Conselho Federal de Medicina (CFM).
Uma dica é entrar no site do CFM, onde há uma aba de busca pelos nomes dos profissionais e o destaque das especialidades e em quais estados atuam. E também é possível realizar uma busca diretamente pelas especialidades, em seguida filtrando por estado e cidade. Além disso, outra avaliação pode ser feita pelo site da SBCP.
*Foto: Divulgação